terça-feira, 24 de março de 2009

Coincidência ou milagre?


No mês de agosto de 2001, Moshê (nome fictício), um bem sucedido empresário judeu, viajou para Israel a negócios.

Na quinta-feira, dia nove, entre uma reunião e outra, o empresário aproveitou para ir fazer um lanche rápido em uma piazzaria na esquina das ruas Yafo e Mêlech George, no centro de Jerusalém. O estabelecimento estava superlotado.

Logo ao entrar na pizzaria, Moshê percebeu que teria que esperar muito tempo numa enorme fila, se realmente desejasse comer alguma coisa - mas ele não dispunha de tanto tempo.

Indeciso e impaciente, pôs-se a ziguezaguear por perto do balcão de pedidos, esperando que alguma solução caísse do céu.

Percebendo a angústia do estrangeiro, um israelense perguntou-lhe se ele aceitaria entrar na fila na sua frente. Mais do que agradecido, Moshê aceitou. Fez seu pedido, comeu rapidamente e saiu em direção à sua próxima reunião.

Menos de 2 minutos após ter saído, ele ouviu um estrondo aterrorizador. Assustado, perguntou a um rapaz que vinha pelo mesmo caminho que ele acabara de percorrer o que acontecera. O jovem disse que um homem-bomba acabara de detonar uma bomba na pizzaria Sbarro's.

Moshê ficou branco. Por apenas 2 minutos ele escapara do atentado. Imediatamente lembrou do israelense que lhe oferecera o lugar na fila. Certamente ele ainda estava na pizzaria. Aquele sujeito salvara sua vida e poderia estar morto.

Atemorizado, correu para o local do atentado para verificar se aquele homem necessitava de ajuda, mas encontrou uma situação caótica no local.

A Jihad Islâmica enchera a bomba do suicida com milhares de pregos para aumentar seu poder destrutivo. Além do terrorista de 23 anos, outras quinze pessoas morreram, sendo 6 crianças. Cerca de outras 120 pessoas ficaram feridas, algumas em condições críticas.

As cadeiras do restaurante estavam espalhadas pela calçada. Pessoas gritavam e acotovelavam-se na rua, algumas em pânico, outras tentando ajudar de alguma forma. Entre feridos e mortos estendidos no chão, vítimas ensanguentadas eram socorridas por policiais e voluntários. Uma mulher com um bebê implorava por ajuda. Um dispositivo adicional estava sendo desmontado pelo exército.

Moshê procurou pelo seu "salvador" entre as sirenes sem fim, mas não conseguiu encontrá-lo. Ele decidiu que tentaria de todas as formas saber o que acontecera com o israelense que lhe salvara a vida. Moshê estava vivo por causa dele...

O senso de gratidão fez com que esquecesse da importante reunião que o aguardava. Ele começou a percorrer os hospitais da região, para onde tinham sido levados os feridos do atentado.

Talvez outra pessoa não tivesse feito tantos esforços apenas pelo senso de gratidão. Outra pessoa poderia ter dito: "Afinal, ele não teve intenção de salvar minha vida; apenas me ofereceu um lugar na fila.", mas não Moshê. Ele se sentia profundamente grato, mesmo 1 mês após o atentado. E ele sabia como retribuir um favor.

Naquela manha de terça-feira, Moshê foi pessoalmente acompanhar seu amigo em Boston e deixou de ir trabalhar... Sendo assim, pouco antes das nove horas da manhã, naquele dia 11 de SETEMBRO DE 2001, Moshê não estava em seu escritório no 101 andar do WORLD TRADE CENTER TWIN TOWERS... e pela segunda vez, Moshê teve sua vida salva por um estranho que apenas lhe ofereceu um lugar na fila de uma pizzaria.

Este fato foi relatado em palestras pelo Rabino Issocher Frand e nos faz pensar o quanto pequenos gestos podem realizar grandes feitos em nossas vidas e na vida daqueles que estão ao nosso redor. Nos faz pensar o quanto gratidão, não somente nos faz um bem interior, mas como também traz seus resultados exteriores.
Finalmente encontrou o israelense num leito de um dos hospitais. Ele estava ferido, mas não corria risco de morte. Moshê conversou com o filho daquele homem, que já estava acompanhando seu pai, e contou-lhe o que acontecera. Que estava extremamente grato àquele homem e que lhe devia a sua vida.
Depois de alguns momentos, Moshê se despediu do rapaz e deixou seu cartão com ele. Caso seu pai necessitasse de qualquer tipo de ajuda, que o rapaz não exitasse em procurá-lo.
Quase um mês depois, Moshê recebeu um telefonema em seu escritório em Nova Iorque daquele rapaz, contando que seu pais precisava de uma cirurgia de emergência. Segundo especialistas, o melhor hospital para fazer aquela delicada cirurgia ficava em Boston, Massachussets.
Moshê não hesitou. Arrumou tudo para que a cirurgia fosse realizada dentro de poucos dias. Além disso, fez questão de ir pessoalmente receber e acompanhar seu amigo em Boston, que fica a uma hora de avião de Nova Iorque.