sábado, 7 de março de 2009

Arte

A Persistência da Memória - Salvador Dali
Mesmo sem saber muito o que significava, sempre fui fascinada por essa obra. "A Persistência da Memória", essa pequena tela (24x33cm), foi concluída em 1931 e é o trabalho mais famoso de Salvador Dali, um dos surrelistas mais importantes da Espanha.
Depois, entre conversas e uma pesquisa mais "aprofundada" sobre a tela, entendi que esses relógios derretidos, escorregando, flácidos, que se dobram mas não se desfazem foram uma forma de retratar a preocupação humana com o tempo e a memória. Uma metáfora, retratando o desejo do homem em flexibilizar o tempo.
O tempo foi otimizado, principalmente, na mídia, com informações bombardeadas em ritmo alucinante, fragmentando cada vez mais a nossa percepção. Nesse panorama, pouco espaço resta para a memória, que diante de uma grande variedade informativa, tem de ceder lugar. E aí se perdem experiências repletas de significado e sentimento, coisas gostosas da infância, perfumes, cores, lugares, músicas que, outrora, cantávamos sem parar e agora cortamos um dobrado pra lembrar um único versinho.
Enfim... quem vê essa tela, mesmo que uma única vez, jamais a esquece, porque entendemos mesmo que inconscientemente e, às vezes, sem nenhum esforço, que estamos gritando e pedindo um pouco mais de tempo com menos preocupações!